O crime de Estelionato: Definição, consequências jurídicas e exemplo de estelionato

Leonardo Fleischfresser
Leonardo Fleischfresser

Advogado Criminalista, formado em Direito pelo UniCuritiba, pós graduado em Direito Penal. Mestrando em Ciências Criminais pela Faculdade de Direito da Universidade de Direito de Lisboa. Membro pesquisador do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. Professor Universitário.

O CRIME DE ESTELIONATO: DEFINIÇÃO, CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS E EXEMPLO DE ESTELIONATO

O crime de estelionato é muito comum no Brasil, recebendo atenção dos órgãos de persecução penal e demanda uma atenção especial dos advogados criminalistas, pois muitas são as teses e as características da defesa nesse tipo de delito. Por isso sempre tenha um advogado criminalista de sua confiança. Então, visite nosso site e entre em contato.

Neste artigo, abordaremos de forma minuciosa o crime de estelionato, suas características, penalidades e dando exemplo de estelionato. Além disso, discutiremos o tratamento jurídico do estelionato de acordo com o Código Penal brasileiro, a Lei 9.099/95, que prevê benefícios para réus primários, e a Lei 13.964/2019, que trouxe alterações na competência para processar esse tipo de crime.

O CRIME DE ESTELIONATO E SUAS CARACTERÍSTICAS, E EXEMPLO DE ESTELIONATO.

O estelionato é um crime contra o patrimônio, previsto no artigo 171 do Código Penal brasileiro. Ele consiste em obter vantagem ilícita em prejuízo alheio, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento. Para configurar o estelionato, é necessário que haja a intenção de enganar alguém, induzindo-o a erro e obtendo, assim, uma vantagem indevida. Essa vontade de enganar deve existir de forma prévia a obtenção da vantagem, ou seja, eu sei que quero enganar a vítima desde o começo. Caso essa vontade surja depois, ou seja, se a vítima me entrega o patrimônio e até aquele momento eu quero receber ele de boa fé, e somente depois eu tenho interesse em me apropriar, aí o delito é de apropriação indébita.

EXEMPLO DE ESTELIONATO: FRAUDE FINANCEIRA.

Um exemplo de estelionato é a fraude em transações financeiras. Nesse tipo de golpe, os estelionatários utilizam-se de métodos fraudulentos, como a clonagem de cartões de crédito, obtenção de senhas pessoais e manipulação de dados, com o objetivo de realizar transações não autorizadas em nome das vítimas. Essa forma de estelionato causa danos financeiros consideráveis e abala a confiança nas transações comerciais.

CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DO ESTELIONATO

As consequências jurídicas para aqueles que praticam o estelionato são determinadas pelo Código Penal brasileiro. O artigo 171 estabelece que a pena para o estelionato pode resultar em reclusão de um a cinco anos, além do pagamento de multa. No entanto, é importante ressaltar que a fixação da pena é feita pelo juiz, que leva em consideração diversos aspectos, como a gravidade da conduta, o valor do prejuízo causado e a existência de reincidência. Ainda, a pena vai depender do exemplo de estelionato praticado.

Existem formas qualificadas de se praticar o crime, quando então a pena será maior. Por exemplo, se a fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de e-mail fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento que se equipare ao ambiente virtual, a pena é muito mais grave, vai de A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos e também tem multa.

O CRIME DE ESTELIONATO: DEFINIÇÃO, CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS E EXEMPLO DE ESTELIONATO

E se o crime de estelionato simples, ou qualificado, é praticado contra idoso ou pessoa vulnerável, a pena é ainda mais grave, e será aquela prevista somado de 1/3 até o dobro.

Agora, por fim, mais recentemente foi criado o estelionato de criptoativos, de modo que quem organizar, gerir, ofertar ou distribuir carteiras ou intermediar operações que envolvam ativos virtuais, valores mobiliários ou quaisquer ativos financeiros com o fim de obter vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento, vai receber uma pena de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

BENEFÍCIOS DA LEI 9.099/95 PARA RÉUS PRIMÁRIOS

No caso do estelionato simples, ou seja, aquele que não é qualificado, caso o réu seja primário e preencham os requisitos legais do artigo 89, ele poderá ter acesso aos benefícios previstos na lei 9.099/95, conhecida como Lei dos Juizados Especiais Criminais. Essa lei estabelece a possibilidade de suspensão condicional do processo para réus primários, ou seja, a suspensão do andamento do processo mediante o cumprimento de determinadas condições, como o pagamento de multa ou a prestação de serviços à comunidade.

Agora, para aqueles que não se enquadram na possibilidade de receber a suspensão condicional do processo, a depender do exemplo de estelionato praticado, poderá se valer do acordo de não persecução penal, previsto no artigo 28-A do Código de Processo Penal. Esse benefício é devido àqueles que tenham confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos. Nesse caso, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante algumas condições.

NOVA COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR O CRIME DE ESTELIONATO

A Lei 13.964/2019, conhecida como Lei Anticrime, trouxe alterações significativas na competência para processar o crime de estelionato. Antes da entrada em vigor dessa lei, a competência era determinada pelo local onde ocorreu a ação criminosa. No entanto, com as alterações introduzidas pela Lei Anticrime, o julgamento do estelionato deve ocorrer no local de residência da vítima, garantindo maior eficiência na persecução penal e aprimorando a administração da justiça e facilitando o acesso da vítima a reparação de danos.

OUTRO EXEMPLO DE ESTELIONATO: GOLPE EM VENDAS ONLINE

Um outro exemplo de estelionato é o golpe em vendas online. Nesse tipo de situação, o estelionatário cria anúncios falsos em plataformas de comércio eletrônico, oferecendo produtos inexistentes ou de baixa qualidade. Ao receber o pagamento, o estelionatário desaparece, deixando o comprador lesado e sem qualquer forma de recuperação dos valores perdidos. Esses golpes causam prejuízos financeiros e abalam a confiança dos consumidores no ambiente virtual.

O CRIME DE ESTELIONATO: DEFINIÇÃO, CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS E EXEMPLO DE ESTELIONATO

CONCLUSÃO

O crime de estelionato é uma conduta delituosa que merece atenção e combate no âmbito do direito criminal. Neste artigo, exploramos sua definição, as consequências jurídicas, um exemplo de estelionato, as penas e multas aplicáveis, além dos benefícios para réus primários previstos na lei 9.099/95 e a nova competência para processar esse crime estabelecida pela Lei 13.964/2019.

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